Diz que era assim...
 
 Ia cedo para a escola, destas reunidas, com duas ou mais turmas na 
mesma sala, dar as suas aulas. Meio-dia levava o almoço para o marido no
 canavial, enquanto ele almoçava ela atava os feixes de cana com 
cipó-por não ter toda força ele terminava de apertar o laço- iam para o 
engenho, ele passando a cana no moedor ela recolhendo os bagaços, depois
 cachaça ou açucar, no outro dia e sempre, a mesma coisa. Se chama 
Laide, teve seis filhos, um deles minha mãe.
 Enquanto o marido 
maneava as vacas ela tirava leite, dez, doze, quinze vacas ou mais-ele 
quase não dava conta, diz ainda orgulhosa-era tratorista, quebrou o dedo
 lidando com um trator Valmet 'queixo-duro', aprendeu com o pai 
professor o alemão que ainda domina, pescou de molinete nos mares do sul
 catarina. Jogava sinuca  a ponto de vencer o marido e filhos, e ainda 
tinha tempo para tachadas de doce e varas de salame. Dos oito filhos um é
 meu pai. Seu nome é Nilza. 
 Minhas avós são de carne e osso, mas de ferro e bronze me parecem... 
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário