quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Diz que era assim...

Ia cedo para a escola, destas reunidas, com duas ou mais turmas na mesma sala, dar as suas aulas. Meio-dia levava o almoço para o marido no canavial, enquanto ele almoçava ela atava os feixes de cana com cipó-por não ter toda força ele terminava de apertar o laço- iam para o engenho, ele passando a cana no moedor ela recolhendo os bagaços, depois cachaça ou açucar, no outro dia e sempre, a mesma coisa. Se chama Laide, teve seis filhos, um deles minha mãe.

Enquanto o marido maneava as vacas ela tirava leite, dez, doze, quinze vacas ou mais-ele quase não dava conta, diz ainda orgulhosa-era tratorista, quebrou o dedo lidando com um trator Valmet 'queixo-duro', aprendeu com o pai professor o alemão que ainda domina, pescou de molinete nos mares do sul catarina. Jogava sinuca a ponto de vencer o marido e filhos, e ainda tinha tempo para tachadas de doce e varas de salame. Dos oito filhos um é meu pai. Seu nome é Nilza.


Minhas avós são de carne e osso, mas de ferro e bronze me parecem...

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