sábado, 14 de junho de 2008

Livros...


Se existe uma coisa que eu faço bem, é ler. Leio e gosto., do cheiro da porra do livro (não de porra), do peso dele, do som que vem dele, do gosto, tanto do próprio papel quanto do que ele pode evocar-cuca alemã nos da Urda ou o amargor da traição em um do Nabokov.
O Borges, certa vez, disse, que sempre imaginou o paraíso como uma espécie de livraria. Não sei se porque aqui, Brasil, livro é caro e nunca tive grana, prefiro imaginar como um sebo...e o ar, o astral (rsrsrs), o ambiente, para mim, é o sebo.

...Entro em uma livraria, estantes cheias-uma delas somente de Zíbia-tudo limpo, arrumadinho,computadores para leitura de código de barra, livros bem expostos, profusão de escritores árabes, judeus o escambau...olho para um lado Amos Óz, Kabul, Men..R...va...Li..r..s. Culinária, engenharia, dicionários, espírita, filosofia, Um Dia Daqueles, um Beagle na capa de um mais vendido, um mago na Academia, Obras Completas, Livros Inteiros, Zero Traças, Zero Poeira,....

Não me bate.Não me falta ar nem aperta peito...ahora..praqueles lados do Clube Doze, da Fernado Machado, meu senso de orientação é só meu e que ninguém o use pois perder-se-á. Praqueles lados...embola a garganta, dá um nó no peito.

Praqueles lados tem sebo.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Yoga, música, neurociências...


Fechei contrato com alguns colaboradores. Logo, a exemplo do Guga http://eltorero1947.blogspot.com/2008/06/versos.html, grandes personas trarão sal à vida aqui no blog...temperarão este espaço. Aguardem...orégano, páprica, pimenta, alho, manteiga de garrafa, tudo no ponto e conforme o gosto.

Geração Coca Zero

"...Se a Geração Coca-Cola foi programada para receber os enlatados do USA, a geração Coca Zero convive com os enlatados culturais norte-americanos, exibidos à exaustão nos canais por assinatura, mas com muita freqüência lê na etiqueta dos seus tênis, roupas e aparelhos eletrônicos a já famosa frase "Made in China"..." Não participo de todas as opiniões do colunista, mas a análise da época não é de todo má.
Mais no http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2559

Versos

-¿Qué me quiere, señor ? -Niña, hoderte.
-Dígalo más rodado. -Cabalgarte.
-Dígalo a lo cortés. -Quiero gozarte.
-Dígamelo a lo bobo. -Merecerte.

-¡Mal haya quien lo pide de esa suerte,
y tú hayas bien, que sabes declararte!
y luego ¿qué harás ? -Arremangarte,
y con la pija arrecha acometerte.

-Tú sí que gozarás mi paraíso.
-¿Qué paraíso ? Yo tu coño quiero,
para meterle dentro mi carajo.

-¡Qué rodado lo dices y qué liso!
-Calla, mi vida, calla, que me muero
por culear tiniéndote debajo.

[poesia erótica do Siglo de Oro Español (sec XVII), autor desconhecido]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Olha...

Olha, Eu queria escrever luxuoso. Usar palavras que rebrilhaassem molhadas e fossem peregrinas. Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina seda macia.; e simplismente não consigo.
Olha, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre.;e é absolutamente mentira.
Olha, Me deram um nome e me alienaram de mim, a sorte é, que, entre mim e mim, há vastidões bastantes para a navegação de meus desejos afligidos.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Versos

PROMETEU DESACORRENTADO

De uma causa desconhecida
Via-me atormentado pela visão de muitos livros
Idéias, hábitos, geografias, rituais
O mundo me interessava

Mas não o mundo dos catálogos turísticos
Não o mundo já adjetivado, definido, explicado, parcial
Que eu insistia em não digerir
Não.
Não era o caminho pré-determinado e cartesianizado
Que tantos suam para verem acabar calculadamente...

Na verdade, meu Universo abrangia muito mais
Pois os moldes imaginários, sobre a minha visão das coisas
Eu empenhara-me em arrancar - para sempre
E as intrincadas correntes do Julgamento
Já se havia, há muito, quebrado.

Se milhões vagam em trajetórias de fantoche
Porque haveria eu de arregalar também os olhos?
De bater fotos bestialmente, à procura de importância
Ou supostos consolos a mim próprio?

A grande experiência do meu percurso
Residia em procurar além dele.

O desapego acompanha
E a ele vigiarei, feito eterno a cada segundo
Pois domado, me iluminará
Liberto, refreará meu caminho, no mundo

Em minha consciência, canais foram desobstruídos;
conexões, abertas
E agora eu me via livre, absorto
Absorvido nas quietudes do meu espaço
E então, alguns mistérios acreditava compreender
Pois agora, os rituais místicos de culturas ancestrais
Já não me induziam a porquês racionais (!)
porquês vagos,
Indissociáveis de minha natureza
Mas dos quais eu já aprendera a ter o melhor proveito.
E cada vez mais me admirava!

No meio da selva
Curumins ainda dormem envoltos em peles de onça
Para tornarem-se guerreiros fortes e valentes
Como o grande cacique que as abateu.

E monólitos colossais, de confins desérticos
Ainda hoje são venerados por povos aborígines
Oferendas de primitivo temor
Ainda são postas ao sopé de árvores gigantescas
Em ignotas tribos simbióticas do Tibete
A fim de aplacar a ira de entes desconhecidos
Quando da colheita dos doces, quase inatingíveis
favos da ambrósia.

Haveria eu de pagar um preço
Por ter escolhido como “agente de viagens”
Algo que está muito além da minha própria noção?

[ao viajante}:


Vai!...Mas leve sempre contigo:
Sem intenções, te julgarão de boa vontade
Sem vanglórias, te farão alto-espírito.

Que venhas para se divertir e serás sempre bem-vindo.

Gustavo Amorim.

"O Guga é um grande amigo-poeta, escritor, farmacêutico-autor de "MANUAL BEM-HUMORADO DOS PRIVILEGIADOS AUDITIVOS- a deficiência física sob um novo prisma" e dono(?!) do http://desafiodaalma.blogspot.com/ ."